Saiba quais são as principais propostas de Bolsonaro e Haddad para a saúde

19/10/2018
Próximo presidente deve pensar em propostas para a saúde que garantem atendimento de qualidade para todos. (Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil)
Próximo presidente deve pensar em propostas para a saúde que garantem atendimento de qualidade para todos. (Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil)
No próximo dia 28 de outubro, quem sair vencedor do segundo turno das eleições para a Presidência da República terá que, entre tantos outros temas, destinar atenção especial à saúde brasileira, assunto tido como o problema mais citado pelos eleitores, segundo pesquisas do Ibope realizadas em agosto. Tanto Fernando Haddad (PT) quanto Jair Bolsonaro (PSL) apresentaram propostas para a saúde em seus planos de governo propondo melhorias na área, mas a maneira como cada um pretende fazer isso chama atenção pelas diferenças.


Enquanto o candidato do PSL acredita que é possível ter um melhor aproveitamento do Sistema Único de Saúde (SUS) sem que seja preciso investir em mais recursos, as propostas para a saúde do petista defendem mais financiamento público para a rede de saúde, por exemplo. 

 

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As ideias divergem também quando o assunto é o Mais Médicos. Para Bolsonaro, se houver a continuidade do programa, será preciso fazer mudanças no modelo atual, como a exigência da revalidação do diploma dos profissionais no País e pagamento integral dos salários diretamente ao trabalhador, sem repasse ao governo cubano. Já Haddad pretende investir no programa e ainda reforçando-o criando a Rede de Especialidades Multiprofissional.

 

Para entender melhor sobre como cada um dos dois presidenciáveis pensam sobre o tema, a reportagem do iG separou, baseado nos planos de governo de ambos, registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e declarações feitas por eles ao longo de suas campanhas eleitorais, os principais pontos defendidos pelos candidatos quando o assunto é saúde.


Propostas para a saúde de Jair Bolsonaro

 
Jair Bolsonaro propõe a manutenção dos recursos destinados ao SUS como uma de suas principais propostas para a saúde
Divulgação
Jair Bolsonaro propõe a manutenção dos recursos destinados ao SUS como uma de suas principais propostas para a saúde
 

Se eleito, o candidato do PSL se compromete a fazer “muito mais” com os atuais recursos destinados à área. Para ele, considerando o montante destinado ao SUS, que, de acordo com o capitão reformado, equivale ao de países mais ricos, é possível garantir um atendimento muito melhor do que vem sendo feito pelo sistema.

 

Jair Bolsonaro também defende um modelo de contratação de médicos, semelhante ao já usado no período do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), possibilitando um credenciamento universal para que médicos interessados atendam o SUS.

“Toda força de trabalho da saúde poderá ser utilizada pelo SUS, garantindo acesso e evitando a judicialização. Isso permitirá às pessoas maior poder de escolha, compartilhando esforços da área pública com o setor privado. Todo médico brasileiro poderá atender a qualquer plano de saúde”, diz o plano de governo.

 

O projeto ainda propõe que profissionais de educação física sejam incluídos no programa de Saúde da Família, e que medidas preventivas, como visita ao dentista, sejam implementadas nos programas neonatais para combater a mortalidade infantil e reduzir o número de prematuros.

 

Outro ponto forte do plano de governo do militar é a implementação do Prontuário Eletrônico Nacional Interligado como o “pilar de uma saúde na base informatizada e perto de casa”.

 

A ideia é que os postos, ambulatórios e hospitais sejam informatizados com todos os dados de atendimento de todos os pacientes, como o histórico de cada um com resultados de exames, consultas realizadas e medicamentos usados. Dessa forma, o serviço prestado pelos médicos seria otimizado e possibilitaria maior organização e controle do trabalho para os gestores locais.

 

A criação de uma carreira de Estado para os médicos também é um dos principais pontos encapados pelo militar. A estratégia visa garantir assistência de qualidade mesmo nas áreas mais remotas e carentes do País, com os pagamentos dos profissionais sendo feitos pelo governo federal - o que pode gerar mais gastos, tendo em vista que atualmente os pagamentos são divididos entre a esfera federal, estados e municípios.

 

Em relação ao Mais Médicos, o presidenciável quer exigir a aprovação dos participantes do programa no Revalida, prova para médicos formados no exterior, antes de iniciarem as atividades no Brasil.

 

Ele também prevê pagamento feito diretamente pelo governo federal, colocando fim ao convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).


Propostas para a saúde de Fernando Haddad

 
Entre as propostas para a saúde de Fernando Haddad, petista promete manter o Mais Médicos e criar o REM
Ricardo Stuckert - 24.9.18
Entre as propostas para a saúde de Fernando Haddad, petista promete manter o Mais Médicos e criar o REM

Em oposição à proposta de seu adversário, Fernando Haddad reafirma seu compromisso com o SUS e sua implantação total para assegurar a universalização do direito à saúde. Segundo seu plano de governo, para garantir o atendimento como direito social de todo o povo brasileiro, seu projeto terá como base as seguintes diretrizes: “aumento imediato e progressivo do financiamento da saúde; valorização dos trabalhadores da saúde; investimento no complexo econômico-industrial da saúde; articulação federativa entre municípios, Estados e União; e diálogo permanente com a sociedade civil sobre o direito à saúde”.

 

O petista ainda propõe que os gastos públicos cheguem a 6% do Produto Interno Bruto (PIB), por meio da adoção de novas regras fiscais, além da retomada do Fundo Social do Pré-Sal para o financiamento público da saúde.

 

Em suas propostas, programas como Mais Médicos, Saúde da Família, SAMU e Farmácia Popular, por exemplo, terão novamente todo apoio da União e ainda promete criar a Rede de Clínicas de Especialidades Médicas (REM), que já foi mencionada pelo ex-ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff, Arthur Chioro.

 

A ideia funcionaria como um desdobramento do Mais Médicos, que contaria com a parceria com Estados e municípios, com polos em cada região de saúde. O REM pretende prover especialistas que articularão a atenção básica, principalmente para áreas carentes, que além de médicos especialistas e equipes multiprofissionais, também envolve a realização de algumas cirurgias ambulatoriais, por exemplo.

 

Também faz parte do plano a defesa de políticas regulatórias para tabaco, sal, gorduras, açúcares e agrotóxicos, bem como o incentivo à prática de atividade física e alimentação saudável, implantação de programas de valorização do parto normal e reforma psiquiátrica.

O prontuário eletrônico também é citado por Haddad, sendo o único ponto em comum entre presidenciáveis para os planos em relação à saúde.


O fato é que saúde é um assunto que envolve todos. Até mesmo quem não é atendido diretamente pelo SUS acaba dependendo dele de alguma maneira, seja utilizando serviços como SAMU, vacinação ou fiscalização da vigilância sanitária.

 

Por isso, independente de qual seja o candidato escolhido pela maioria dos eleitores no último domingo de outubro, espera-se que as propostas para a saúde elaboradas pelo próximo Presidente da República garantam acesso a atendimento de qualidade indiscriminadamente a todos os brasileiros.


iG




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