Estados Unidos derrubam suposto balão chinês acusado de espionagem

05/02/2023
Dispositivo sobrevoou o estado de Montana, que abriga instalações de mísseis nucleares; Antony Blinken adiou visita a Pequim
Dispositivo sobrevoou o estado de Montana, que abriga instalações de mísseis nucleares; Antony Blinken adiou visita a Pequim
O Exército dos Estados Unidos derrubou neste sábado (4) um balão chinês na costa leste do país, horas depois que o presidente Joe Biden prometeu se "ocupar" do suposto dispositivo de espionagem.
 
Um caça militar abateu o balão de vigilância chinês na costa da Carolina do Sul, em uma missão autorizada pelo presidente Joe Biden, disse o secretário de Defesa, Lloyd Austin.
 
"O balão, que estava sendo usado (pela China) em uma tentativa de vigiar locais estratégicos na área continental dos Estados Unidos, foi derrubado acima das águas territoriais dos EUA", disse Austin em um comunicado.
 
O presidente Joe Biden parabenizou em Maryland os pilotos do caça por terem derrubado o balão no espaço aéreo americano.
 
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A operação aconteceu depois que três aeroportos do sudeste americano foram temporariamente fechados em meio ao que a Administração Federal de Aviação chamou de "esforço de segurança nacional".
 
O episódio se dá em meio à controvérsia ligada a um suposto balão espião da China que o Pentágono detectou sobrevoando o território americano dois dias atrás.
 
Momentos antes, a agência de aviação federal havia anunciado o fechamento de ao menos três aeroportos na região, interrompendo voos civis no espaço aéreo no entorno desses terminais, citando um “esforço de segurança nacional”. O suposto balão espião fora detectado pelo Pentágono sobrevoando o território americano dois dias atrás.
 
Os canais de TV Fox News e CNN reportaram a operação, depois que três aeroportos do sudeste americano foram temporariamente fechados em meio ao que a Administração Federal de Aviação (FAA) chamou de "esforço de segurança nacional".
 
A agência de aviação dos Estados Unidos fechou na tarde deste sábado ao menos três aeroportos, interrompendo voos civis no espaço aéreo no entorno desses terminais, citando um “esforço de segurança nacional”.
 
Os aeroportos atingidos pela medida ficam na costa leste, próximos ao litoral do estado da Carolina do Sul. Em comunicado, a FAA alertou que os militares podem agir se aeronaves violarem as restrições ou não atenderem a ordem de se afastar.
 
Mais cedo neste sábado, o presidente Joe Biden afirmou que o país “vai se encarregar” do caso. Foi a primeira vez que o democrata se pronunciou sobre o incidente, que levou a uma nova escalada de tensões entre EUA e a China, culminando com o adiamento de uma viagem a Pequim do secretário de Estado, Antony Blinken, originalmente marcada para este fim de semana.
 
O suposto balão espião chinês sobrevoa há vários dias o território americano e passou sobre áreas militares sensíveis, o que provocou um novo momento de tensão entre Washington e Pequim poucos dias antes de uma visita do chefe da diplomacia americana à capital da China.
 
O Pentágono havia informado na última quinta-feira (2) sobre a presença de um balão espião chinês sobrevoando o país. De acordo com um funcionário de alto escalão da Defesa dos EUA, o objetivo do dispositivo era "a vigilância".
 
A relação entre as duas potências é tensa, em particular no que diz respeito a Taiwan, que o governo chinês considera parte de seu território e cujo controle pretende recuperar um dia, inclusive com o uso da força se necessário.
 
 

Viagem adiada

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, adiou uma visita a Pequim, após ser detectado um suposto balão espião chinês no espaço aéreo dos Estados Unidos, o que ele chamou de "ato irresponsável", apesar de autoridades chinesas terem afirmado que se tratou de um incidente involuntário.
 
Blinken se comunicou com um funcionário do alto escalão chinês. "Trata-se de um ato irresponsável e de uma violação clara da soberania americana e do direito internacional, que mina o propósito da viagem", disse a ele, segundo o porta-voz do Departamento de Estado americano.
 
"Tomamos conhecimento de que a China lamenta o ocorrido, mas a presença desse balão em nosso espaço aéreo é uma violação clara da nossa soberania, assim como do Direito Internacional, e é inaceitável", afirmou um funcionário americano que pediu para não ser identificado.
 
Por isso, a visita de Blinken a Pequim, prevista para domingo e segunda, "foi adiada" e será reprogramada quando "as condições forem adequadas", acrescentou a mesma fonte.
 
A visita de Blinken à China seria a primeira de um secretário de Estado americano desde outubro de 2018, no momento em que os dois países tentam evitar que as tensões entre ambos levem a um conflito aberto.
 
 

Que região o balão sobrevoou?

Segundo a imprensa americana, o balão sobrevoou as Ilhas Aleutas, no norte do Oceano Pacífico, e o Canadá, antes de entrar no espaço aéreo dos Estados Unidos, há dois dias.
 
"Posso dizer que o balão se dirige para o leste e se encontra atualmente sobre o centro do país", a 18 mil metros de altitude, e permanecerá em território americano por alguns dias, informou o porta-voz do Pentágono.
 
O balão voa "a uma altitude muito acima da do tráfego aéreo comercial e não representa uma ameaça militar ou física para as pessoas em terra".
 
Concretamente, o balão sobrevoou o estado de Montana, que abriga instalações de mísseis nucleares, onde foram mobilizados aviões de combate que se aproximaram dele, informou ontem um funcionário do Pentágono, que pediu para não ser identificado.
 
O balão voava "a uma altitude muito acima do tráfego aéreo comercial e não representa uma ameaça militar ou física para as pessoas em terra", informou o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, em comunicado.
 
Esta não é a primeira vez que o Exército americano registra uma intrusão desse tipo, mas, nesta ocasião, o objeto permaneceu mais tempo no espaço aéreo dos Estados Unidos.
 
O incidente desencadeou fortes reações entre os políticos americanos.
"Esta violação da soberania americana, poucos dias antes da visita do secretário de Estado Blinken à China, mostra que os sinais recentes de abertura" por parte das autoridades chinesas "não refletem uma mudança real de política", comentaram os líderes republicano e democrata de um comitê parlamentar sobre a China, Mike Gallagher e Raja Krishnamoorthi.
 
"Derrubem esse balão!", pediu o ex-presidente republicano Donald Trump em sua rede social, Truth Social.
 
 

Canadá

O governo canadense afirmou que está investigando um "segundo incidente potencial".
 
"O Canadá está tomando medidas para garantir a segurança de seu espaço aéreo, incluído o monitoramento de um possível segundo incidente", informou o Ministério da Defesa canadense em comunicado, sem entrar em detalhes.
 
 

Explicações da China

A China "lamentou", na sexta-feira (3), a entrada "acidental" de uma "aeronave civil" não tripulada no espaço aéreo dos Estados Unidos, depois que o Pentágono disse ter detectado um balão espião chinês sobrevoando seu território.
 
"Esta é uma aeronave civil usada para fins científicos, principalmente meteorológicos" e "procedente da China", disse um porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, em um comunicado.
 
"O lado chinês lamenta a entrada acidental da aeronave no espaço aéreo dos Estados Unidos, devido a uma força maior", acrescentou.
 
 

América Latina

Na sexta-feira (3), o Pentágono informou ter detectado um segundo balão chinês sobrevoando a América Latina. Naquele momento, um jornal da Costa Rica havia noticiado um objeto semelhante visto no céu do país.
 
Consultado pela emissora CNN, um funcionário de alto cargo do Pentágono afirmou que o balão avistado sobre a América Latina não parecia estar se dirigindo para os Estados Unidos.
 
R7
 



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