Governo comunista aperta o cerco contra a Igreja na China

24/01/2018
A congregação evangélica Golden Lampstand reúne cerca de 50 mil fiéis e tem um histórico de oposição ao governo
A congregação evangélica Golden Lampstand reúne cerca de 50 mil fiéis e tem um histórico de oposição ao governo
Semana passada a Organização portas abertas publicou sobre a demolição da mega igreja na China, Golden Lampstand, essa não foi a primeira vez que a igreja teve problemas com o governo. Quando recém-construída, em 2009, o governo local chegou a pedir a posse da igreja, que havia sido construída em um terreno doado por um cristão. A igreja então entrou com uma petição contra o governo, mas nada foi resolvido. Logo depois, um incidente resultou na prisão de vários líderes da igreja e da pastora, Yang Rongli, que foram condenados a longos anos de prisão por “ocupação ilegal de propriedade” e “atrapalhar a ordem do trânsito quando se reuniam”. Yang Rongli foi a última a ser libertada, em 2016.

Alguns analistas dizem que o fato de a demolição da igreja ter sido publicada no dia seguinte pelo Global Times (mídia online do governo) evidencia que o ato foi apoiado por níveis mais altos do governo, não apenas pela administração local. Como uma revisão da lei de religião deve ser implementada a partir de 1 de fevereiro, acredita-se que este episódio tenha sido um alerta a outras igrejas. Por isso o alvo foi uma igreja grande e  muito conhecida, que já havia apresentado uma petição, e que possui conexões com a mídia estrangeira e organizações de direitos humanos, todas essas características vão além dos limites impostos pelo governo.

A nova regulação religiosa implicará em restrições sobre locais de culto, atividades religiosas, educação religiosa, doações, assim como envolvimento de grupos estrangeiros em atividades religiosas locais. Líderes de igrejas locais estão se preparando para as mudanças na lei e, no caso de suas igrejas serem suprimidas, pretendem dividir a congregação em grupos menores e até mesmo se reunir nas casas dos membros. Outras igrejas sem registro foram avisadas por autoridades locais a não reunirem mais de cem pessoas. Mas igrejas com esse número de membros são comuns na China e alguns líderes estão dispostos a negociar com as autoridades ao invés de simplesmente ceder às restrições impostas.

Portas Abertas
 



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