Brasil se prepara para lançar novo satélite com chineses

18/03/2023
Arte: Junior Miranda / Homem do Espaço
Arte: Junior Miranda / Homem do Espaço

Em meio ao conflito geopolítico entre Estados Unidos e China, o Brasil prepara o lançamento de um novo satélite em parceria com o governo chinês, ainda no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para monitorar a Amazônia. A informação é da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Uma fonte no governo disse ao R7 que a iniciativa não tem nenhuma relação com questões militares.

O equipamento serviria para monitoramento ambiental de todo o território brasileiro, inclusive da floresta amazônica, conhecida mundialmente pelas riquezas ambientais, minerais e genéticas, que são alvo de cobiça internacional. Historicamente, o uso de equipamentos estrangeiros para observação do território amazônico é alvo de polêmica. 

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Em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foram usados equipamentos vindos dos Estados Unidos no projeto do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). À época, a empresa de equipamentos de defesa Raytheon forneceu o material.

O lançamento do novo satélite será tratado durante viagem de comitiva do governo brasileiro e de empresários à China. A viagem, que contará com a presença da ministra e do presidente Lula, acontecerá no fim deste mês.

Segundo a ministra, será detalhado junto ao governo chinês o desenvolvimento dos satélites CBERS-5 e do CBERS-6, siglas para China-Brazil Earth-Resources Satellite — Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, em português. "Estamos avaliando para qual dos dois satélites deveríamos ter medidas de curto prazo", disse.

O novo satélite deve ter função de radar e conseguir processar com mais precisão imagens capazes de produzir dados sobre queimadas, desmatamentos e invasões. No Brasil, praticamente todas as instituições ligadas ao meio ambiente já fazem uso das imagens dos quatro satélites CBERS.

O governo brasileiro trabalha para voltar da viagem tendo parcerias concretas com a China após uma ida aos Estados Unidos com baixa efetividade nos resultados comerciais. As negociações sino-brasileiras ocorrem em um momento em que os governo americano e chinês travam disputas comerciais, geopolíticas e enfrentam questões que envolvem uma guerra de narrativas sobre os "balões-espiões".

Durante a parceria com a China em relação ao lançamento de satélites, iniciada na década de 1980, o Brasil enfrentou desconfianças por parte da Casa Branca. Em 2007, desenvolvedores brasileiros sofreram restrições por parte dos EUA para avançar no projeto, enfrentando dificuldades para importar peças.

Isso porque os Estados Unidos temem o avanço chinês na disputa pela hegemonia espacial, sobretudo militar. Não há indicação, por parte do governo brasileiro, de que o novo satélite tenha qualquer tipo de componente militar, mas as autoridades americanas sustentam que a tecnologia chinesa não distingue o teor dos projetos. 

R7 apurou que o interesse em expandir o parque nuclear brasileiro pode vir à tona nas conversas entre o empresariado brasileiro e o chinês durante a viagem. Empresas da China já sinalizaram que querem realizar aportes para obras de Angra 3 e a construção de outras usinas nucleares.

 Bruna Lima, do R7, em Brasília




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