Colunista Manoel Luiz



  • OS EFEITOS DA ESTIAGEM (II)

    14/12/2017

    Há poucas semanas  passadas, publicamos uma crônica no “Bananeiras on line” enfocando os efeitos da estiagem no Nordeste, notadamente  na região da Paraíba, onde vem sofrendo  com a ausência de chuvas no campo e nas cidades, os mananciais secando, os rios e riachos quase não alcançam o seu percurso, a fauna escasseando, o rebanho sofrendo com  sede e fome, as cidades agonizando pedindo socorro, a agricultura clamando  por um lenitivo, o comércio se reabastecendo de produtos do sul e sudeste do País, já estar acontecendo o  êxodo rural de campesinos esfaimados para outras regiões, entre outros males.

             E este problema  perdura até não sei quando, só Deus nos dará a previsão. E por conta disso os  governos Federal, Estadual e Municipal vem encetando esforços no sentido de sanar  tal problema, canalizando água do Rio são Francisco, para  outros lugares, resolvendo um pouco a situação do abastecimento com  carros pipas nas zonas rurais, orientando as pessoas para o racionamento do líquido. Nos canais por onde passam as águas há uma fiscalização severa quanto a quantidade de água a ser utilizada  para uma área de 0,5 ha. por propriedade, até o processo de racionamento  nas cidades  onde está alcançando esses canais já se verificam problemas.

             Entretanto temos notícias de que  muitos usúarios estão usando de má fé, utilizando essas águas como bem desejam, tirando  do irmão o que lhe é de direito, para  usufriurem ao seu bel prazer. Em certas localidades do Carirí, já existem propriedades individuais às margens desses canais, que são sub-divididas   entre parentes com o objetivo de receberem maior  percentual de água, para os fins que necessitam, pois, se manterem com apenas 0,5 há irrigado, torna-se insuficiente para uma área  agricultável e de pequen criação, estabelecida pelos poderes governaentais. Sem contar  com a redução e perda dessas águas ao longo do trajeto pelos canais, quando se trata de um projeto  que atinge outras regiões distantes, onde se necessita de bombeamento elevatório para alcançar as partes mais altas dos canais.

             À medida que faz o seu trajeto  livremente, numa região árida, vai perdendo a sua capacidade de volume, seja por  evaporação, por infiltração no solo, ou através da temperatura nas paredes dos canais e outras ações ao ser bombeada para os campos irrigados vai perdendo considerável  quantidade do referido líquido, o que acarreta prejuizo  para todos, chegando  no seu final bastante reduzida.

             Um outro problema  que  pode acarretar no projeto é quanto ao apadrinhamento político, quando muitos líderes  para beneficiar  seus  amigos, solicitam  que tal canal  passe  por sua região, mesmo com muita dificuldade e mais despesas para o erário público, se sentem no dever de exigir que tal área seja beneficiada com o projeto a título de um benefício eleitoreiro. Isso  faz com que acarreta mais investimento, e a própria quantidade de água não seja suficiente para aquela  região. Até o Curimatau está sonhando  com tal projeto. Na teoria  tudo estar para dar certo, aguardamos na prática  se o sonho de todos seja  realizado. 

     

    Manoel Luiz Silva –  

    colaborador, historiador