Empresário paraibano vence ação contra Hyundai e lançará novos carros da marca no Brasil

23/07/2021
Com a decisão de tribunal de arbitragem, Caoa mantém direito de importar com exclusividade e produzir veículos da Hyundai por mais dez anos
Com a decisão de tribunal de arbitragem, Caoa mantém direito de importar com exclusividade e produzir veículos da Hyundai por mais dez anos
Caoa, empresa do médico paraibano Carlos Alberto Oliveira Andrade, obteve parecer favorável à manutenção do contrato que garante o direito de importar com exclusividade e produzir veículos da Hyundai no Brasil por mais dez anos. A decisão foi proferida por um tribunal arbitral em Frankfurt, na Alemanha, indicado para mediar o contrato em caso de litígio. A informação é do Jornal do carro, do Estadão.
 
Segundo um alto executivo do Grupo Caoa, o resultado é muito positivo para as duas empresas. “Vamos consolidar a parceria que temos com a Hyundai há tanto tempo”, diz a fonte, que pediu para não ter o nome revelado. De acordo com ele, isso inclui a importação de novos carros da Hyundai para o Brasil. Bem como o desenvolvimento de tecnologias e a possibilidade da produção local de mais veículos da Hyundai.
 
Seja como for, a queda de braço entre a Caoa e a Hyundai começou em abril de 2018. O motivo da disputa foi o rompimento, pela Hyundai Motors, do contrato que garantia à empresa brasileira o direito de importar e fabricar veículos da sul-coreana por 20 anos. A cláusula 2.02 do contrato previa renovação automática ao fim dos dez primeiros anos. O prazo venceu no dia 30 de abril de 2018. Porém, em 12 de abril a Hyundai enviou carta à Caoa cancelando o acordo de forma unilateral.
 
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O advogado Sérgio Bermudes, que representa a Caoa, disse à época que a Hyundai não havia apresentado nenhuma justificativa concreta pra romper o contrato. Segundo ele, a Hyundai propôs um novo prazo de validade para o acordo, de dois anos. De acordo com Bermudes, em entrevista ao Jornal do Carro em julho de 2018, a Hyundai havia percebido o potencial do mercado brasileiro e o trabalho que a Caoa fez no País.
 
Arbitragem prevista em contrato
 
Assim, no dia 27 de abril de 2018, Bermudes entrou com uma liminar na 2.ª Vara Empresarial de Conflitos e Arbitragem de São Paulo. Que foi acatada pela Justiça e garantiu a manutenção de todas as cláusulas do contrato original. Nesse interim, a Caoa solicitou que a arbitragem da disputa fosse feita por um tribunal de Frankfurt, conforme previsto no documento firmado com a Hyundai para casos de litígio.
 
Nesse sentido, para representa-la no tribunal arbitral, a Caoa indicou Gustavo Tepedino, ex-diretor da Faculdade de Direito da UERJ. Além disso, ele é do Grupo Latino-Americano de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI. Bem como do Comitê Brasileiro da CCI. Por sua vez, a Hyundai indicou o inglês John Beechey, ex-presidente da CCI e um dos árbitros mais famosos do mundo.
 
Portanto, a Caoa mantém no Brasil a exclusividade para importar veículos da Hyundai feitos na Coreia do Sul. Ou seja, modelos como o utilitário-esportivo Santa Fe e o sedã Elantra, entre outros. Além disso, a empresa brasileira fabrica os SUVs ix35 e Tucson na planta de Anápolis (GO). Bem como o caminhão HR.
 
Por sua vez, a Hyundai Motor Brasil (HMB), fabrica a linha HB20 (hatch e sedã) e o SUV compacto Creta. As duas famílias de veículos são produzidas na planta da empresa em Piracicaba, no interior de São Paulo.
 
Com o resultado favorável à Caoa, a empresa vai tirar do papel os planos de produzir novos carros da Hyundai no Brasil. Os mais prováveis são são o Xcent e o Elantra. Segundo reportagem publicada pelo Jornal do Carro em julho de 2020.
 
 

Caoa e Hyundai se uniram em 1999

 
A trajetória da Hyundai no Brasil se confunde com a história da Caoa. O nome do grupo é formado pelas iniciais de seu fundador, o médico paraibano Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Tudo começou em 1979, quando ele comprou um Landau na concessionária Ford de Campina Grande (PB).
 
A loja faliu antes que ele recebesse o carro. Andrade então propôs ficar com a empresa como forma de compensação. E cerca de seis anos depois, a Caoa se tornou a maior revendedora Ford do Brasil.
 
Em 1992, com a reabertura dos portos, a Caoa passou a ser importadora oficial da Renault. A relação azedou em 1998. A empresa francesa decidiu construir uma fábrica no Paraná e encerrou a parceria com o grupo brasileiro. A Caoa processou a Renault. Mas até hoje não ficou claro se a empresa recebeu a indenização pleiteada na Justiça.
 
Wscom
 



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