Rio Solimões vira deserto em meio a seca histórica no Amazonas

19/10/2023
Em 2022, as águas do rio Solimões chegavam à Terra Indígena Porto Praia, na região do Médio Solimões. | Foto: Lalo de Almeida
Em 2022, as águas do rio Solimões chegavam à Terra Indígena Porto Praia, na região do Médio Solimões. | Foto: Lalo de Almeida

O Rio Solimões é um nome brasílico frequentemente dado ao trecho superior do rio Amazonas no Brasil, desde sua confluência com o rio Negro até a tríplice fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. O trecho que banha a Terra Indígena Porto Praia de Baixo, na região de Tefé (AM), virou deserto. O rio caudaloso, que ditava o ritmo da comunidade, foi substituído por enormes bancos de areia. Essa já é a segunda pior seca na região do Alto Solimões em 13 anos.

O encolhimento agressivo de um lago, com o superaquecimento das águas, a formação de enormes bancos de areia, a limitação da navegação e a morte de animais como botos vermelhos e tucuxis, é outro símbolo da estiagem extrema na região. Um rio no município de Tefé (AM) chegou a desaparecer.

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O igarapé Paranã de Tefé é um curso d’água volumoso em períodos normais, usado como via de navegação para barcos lotados de passageiros rumo ao rio Solimões e habitat de botos, mas atualmente o rio está morto.

Já na boca do rio Tefé (ou lago Tefé, como é mais conhecido na região), onde deságua, o igarapé virou um banco de areia, superaquecida por temperaturas também extremas. O vazio percorre seu curso inteiro, passando por comunidades dependentes da abundância de água.

Navios deixam de levar cargas

A seca histórica no Amazonas ameaça parar a partir da semana que vem fábricas do polo industrial de Manaus (AM), onde está concentrada a produção nacional de eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos e motocicletas. As condições do transporte de cargas pelo rio Amazonas e seus afluentes pioraram drasticamente nos últimos dias, provocando atrasos na entrega de materiais, assim como um acúmulo de produtos acabados nos estoques das fábricas.

As maiores embarcações não conseguem mais acessar o porto de Manaus devido à redução do nível de água em trechos críticos para abaixo da profundidade mínima necessária para a passagem com segurança dos navios de grande calado. A alternativa é transportar as cargas por balsas entre Manaus e o porto Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará, onde os navios estão transferindo a carga.

Jornal Opção

 



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