Astrônomos detectam luz por trás de buraco negro pela primeira vez

10/08/2021
Buraco negro: fenômeno observado estava a 800 milhões de anos-luz de distância da Terra. (MARK GARLICK/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Buraco negro: fenômeno observado estava a 800 milhões de anos-luz de distância da Terra. (MARK GARLICK/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Pela primeira vez, astrônomos internacionais detectaram luz atrás de um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia a 800 milhões de anos-luz de distância da Terra.

A descoberta confirma a teoria de Albert Einstein sobre a relatividade geral, que indica que a atração gravitacional dos buracos negros é tão forte que eles deveriam desviar a luz ao seu redor.

No geral, ver luz em buracos negros não é fora do normal. A equipe por trás da pesquisa estava estudando a coroa, característica misteriosa de alguns buracos negros, em uma galáxia chamada I Zwicky 1.

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A coroa nada mais é do que fontes de luz contínuas ao redor do buraco negro, alimentadas pelo material que o fenômeno puxa. A luz de raios-X formada é o que os pesquisadores estavam analisando quando identificaram algo diferente.

Através de telescópios da Nasa e da Agência Espacial Europeia, eles observaram rajadas de raios-X mais fracas e com comprimentos de onda maiores, indicando que a luz havia refletido da parte de trás do buraco negro.

"Qualquer luz que entra naquele buraco negro não sai, então não devemos ser capazes de ver nada que esteja por trás do buraco negro", disse Dan Wilkins, astrofísico da Universidade de Stanford e coautor do estudo.

A descoberta, portanto, confirma a teoria de Einstein proposta mais de um século atrás. "A razão pela qual podemos ver isso é porque aquele buraco negro está deformando o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos em torno de si mesmo", explica Wilkins.

“Cinquenta anos atrás, quando os astrofísicos começaram a especular como o campo magnético poderia se comportar perto de um buraco negro, eles não tinham ideia de que um dia poderíamos ter técnicas para observar isso diretamente e ver a teoria geral da relatividade de Einstein em ação”, disse Roger Blandford, coautor da pesquisa, publicada no periódico científico Nature.

Por Laura Pancini - Exame




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