Colunista Manoel Luiz
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Os efeitos da queima nos contrafortes da Borborema
11/11/2018Neste mês de novembro, as regiões do brejo, agreste e curimataú paraibano estão se transformando em cinzas, devido à queima predatória de sua vegetação rasteira e capoeiras, prejudicando até os campos de pastagens nativas e terras agricultáveis, vertedouros leitos dos rios.
Não existem pessoas que não interpretem esse fato como pura maldade contra a natureza, contra os animais que habitam aquela região e contra os habitantes daquelas áreas afetadas. São crimes originados por aqueles que não prezam pelo meio que convivem, seja por uma ponta decigarro ou outros meios provocando a queima predatória da vegetação, eliminando o habitat dos animais e das poucas reservas florestais ainda existentes.
Só mesmo os desprovidos de amor pelo seu semelhante provocam certos malefícios. Sendo capazes de realizar tais atrocidades, ignorando os benefícios que a nossa vegetação favorece.
Todo ser humano sabe dos benefícios que a nossa flora traz para o próprio bem do mundo – de suas inúmeras variedades se extraem os medicamentos para fins terapêuticos, de sua madeira se fazem os móveis e casas, de suas folhas servem de proteção natural e formação de cobertura (adubo verde), possibilitando o enriquecimento do solo e produção de pastagens para nossos animais. Enfim, os benefícios são inúmeros para a vida de nosso planeta, que clama por dias melhores.
A folhagem quando caída sobre o solo possibilita a formação de alimentos para os animais domésticos em pastoreio, preserva o próprio solo na decomposição e formação de fertilizantes naturais, entre outros benefícios.
Você não imagina quanto tempo estes campos recém-queimados formarão novas pastagens para esses animais, quanto tempo durará para que esses campos devastados sejam recuperados, os riachos possam voltar ao seu curso normal, os açudes recuperem a sua capacidade hídrica e os animais silvestres retornem ao seu habitat natural para formação de novas famílias.
As cinzas que restam dessas queimadas predatórias servem unicamente para enriquecer o solo de potassa (cinzas) no desenvolvimento de uma nova vegetação. Em contrapartida prejudica a saúde de toda a população e a saúde de nossas terras que fica desprovida de sua cobertura natural.
Daí, surge a necessidade das autoridades fiscalizadoras e governo serem mais drásticos em suas tomadas de decisões, visando coibir esse tipo de desserviço contra a natureza e contra o ecossistema, que está dando seus últimos suspiros. Fica o nosso apelo e repúdio contra esse tipo de crime. Até a próxima.
Manoel Luiz Silva –colaborador, historiador