Colunista Antônio Gomes



  • O TURISTA É SEU AMIGO E NÃO SEU INIMIGO

    03/11/2016

    Não sou bananeirense nato, mas, como diz Ramalho Leite, sou um bananeirado, vez que a Câmara Municipal desta cidade, mim honrou com um título de “Cidadão Bananeirense”, o que tirou-me a condição de Turista, passando a ser olhado de outra maneira, pelos habitantes da cidade e do município, cidadão ou talvez até, por ter exercido o honroso cargo de Juiz de Direito e Eleitoral, da Comarca de Bananeiras, com jurisdição em outras comunas, como Borborema e Dona Inês, de onde sou também “cidadão honorário” e após a aposentadoria, como classificou-me o Padre Pedro Alexandre, “Juiz Emérito”. Não mim perguntem, mas acho que ele de propósito, inclui-me não entre os Imortais, como Ramalho Leite, nem como emérito, como o “Dom Pelé”, ou melhor, Dom José Maria Pires, que é honradamente, “Bispo Emérito da Diocese da Paraíba” e o Padre Pedro, deixou-me esse título de “emérito”. Assim, sou Pessoense de nascimento, Bananeirense de coração e Bananeirado legal, pelo título de cidadania outorgado pelo Poder Legislativo Municipal.

    Mas, não sentei-me para escrever ou falar sobre a minha pessoa, até porque, já mim conheço demais, mas, sim, sobre um fato que tenho observado e ouvido comentário da parte de uma minoria, vez que, a graças a Deus, a maioria dos habitantes tem outro entendimento. Vamos, pois, ao que interessa. Com tristeza ouço comentários do tipo “Condomínios dos ricos”, “fizeram isso para os turistas”, “a festa é só para os turistas” “os turistas que podem tudo e nós não” e principalmente, “não compro e não vendo nada para turistas”. Ouço essas frases, e fico a pensar, com tristeza, que quando aqui cheguei, disseram-me que se tratava de uma “cidade universitária”, e, naquela época, não se tratava os estudantes como “turistas”, até porque, até a primeira gestão da Prefeita Marta Ramalho, a palavra “Turismo” era tabu ou seja, impronunciáveis na cidade.

    Com tristeza, volto a repetir, por saber que, quando se pensa dessa maneira, não se dá bom tratamento a quem nos visitam ou veem passar temporadas na cidade, mesmo que seja nos hotéis e condomínios, aqui existentes e onde muita gente, recebe e olha para o turista, como inimigo, quando deviam olhá-los com bons olhos, principalmente, como amigos, isto porque, essas pessoas, esperam ser bem tratadas e até hoje, dão bom tratamento aos habitantes e o melhor, ainda elogiam a acolhida dada a eles pelos aqui residentes. E a minha maior decepção e ouvir isso, da boca de pessoas que jamais esperaria ouvir, por serem justamente, aquelas que, nos períodos festivos, costumam fazer turismo em “Gramado”, “Canelas” “Sete Quedas”, “Paulo Afonso”, Caruaru”, “Mercado ver o Peso em Manaus, na Amazônia, Camboriú ou até mesmo, “Natal e Fortaleza”, no Brasil e “Orlando”, “Dalas” “Las Vegas”, “Disneylândia”, para não citar outros lugares, por eles visitados e onde se dizem bem tratados. Ora, será que os moradores destas localidades sabem como essa minoria nossa trata os nossos visitantes. Lá eles são turistas, aqui os turistas são “forasteiros”.

    Outro dia, me vi obrigado a dizer a uma determinada pessoa que aquele produto que fora negado por ela ao turista, não é consumido só por turistas, mas também, por nós moradores da cidade e assim sendo, a melhoria do seu comércio era para o seu bem não para o bem do turista, visto que, ele procurava e esperava encontrar aqui, aquele produto que na sua cidade tem, talvez, em abundância, Procurava fazer entender aquele comerciante local, que eu também gostava daquela mercadoria, mas que, infelizmente, em face de entendimento daquela maneira, mim via obrigado a comprar em outra cidade. E, eu não sou turista, mas apenas, mais um bananeirado. Já ouvi um portador de título universitário e formador de opinião, por ser professor, dizendo o seguinte: “O povo de Bananeiras agora, só trabalham para os turistas”. Que vergonha! Lembrem-se que os nossos irmãos Pessoenses, Campinenses, Guarabirenses, Belenenses e Borboremenses, quando nos visitam, como os oriundos de outros Estados, (Natalenses, Pernambucanos, Cearenses, Paraenses, cariocas e paulistas, gaúchos, sem citar os demais Estados da Federação), também são turistas.

     

    Dia desses, cheguei na Padaria de Dona Regina, como é mais conhecida, as 06: horas da manhã e lá, para surpresa minha, encontrei o ex-governador Roberto Paulino, que como eu e outros, que temos residência neste município, somos bananeirado, mas, naquele momento, vi nele a pessoa de um turista, visto que não precisa residir em outro Estado para ser turistas. Qualquer pessoa ou grupo de pessoas que se deslocam das cidades ou Estados onde residem, para realizar viagem superior a 24 horas, usufruindo no local visitado, sem fixar residência ou renda, motivados por situações diversas, principalmente diversões e lazer, descanso, participar de eventos culturais ou esportivos, é considerado Turista, nem que seja turismo de um dia, já está beneficiando de alguma maneira o setor turístico. Assim, turista é toda pessoa que se descola a outra cidade já é considerada um turista. Bananeirenses e Bananeirados, mesmo essa minoria má orientada, quando se cruzarem com um “Turista” na rua, trate-o bem, com urbanidade e respeito, vendo sempre nele, “UM AMIGO E NÃO UM INIMIGO”. 

    Antônio Gomes de Oliveira – Juiz de Direito aposentado