Colunista Antônio Gomes



  • Juiz que não bebe não tem meu voto no Tribunal

    20/10/2016

    Esse fato inusitado e curioso aconteceu comigo, quando no festejo do meu aniversário, na Comarca de Cabaceiras. Em plena hora do almoço, ocasião em que todos os presentes ingeriam bebida alcoólica, o Presidente do Tribunal, olhou para mim e observando que não bebericava como os demais, ordenou: Doutor, pode beber: estamos comemorando a passagem do seu aniversário, Esqueça que aqui, se encontra o Presidente do Tribunal e outros desembargadores, e pode “encher a cara”. Respondi ao magistrado superior que não tomava bebida alcoólicas e ele, agora, de semblante fechado e olhando para os demais desembargadores e juízes auxiliares da Corregedoria disse alto e em bom som: “Juiz que não bebe não tem meu voto no Tribunal”. Levantei-me, pedir licença a Dona da Casa, que organizara a comemoração para mim retirar e respondi àquela autoridade: “Se esse é o preço, digo a V.Exa., que não preciso do seu voto e que ele poderia ficar descansado, porque, jamais pediria voto a desembargador, para ser promovido ou removido e a ele, especialmente é que não o faria”.

    Apesar de haver pedido licença a Dona da Casa, não me retirei do recinto, atendendo aos pedidos de Miguel Levino e José Norat que eram auxiliares e do próprio Corregedor Geral, Simeão Cananéia. Depois do almoço, Curiosamente, dois meses depois, requeri remoção para a Comarca de Serraria, cujo titular havia pedido demissão e, não obtive êxito. Meses depois, tentei remoção para a Comarca de Pirpirituba e, como era o único concorrente, fui removido. 

    Antônio Gomes de Oliveira – Juiz de Direito aposentado