Colunista Desiane Gomes



  • A Criptografia

    30/07/2016

    Os sistemas de comunicação, especificamente os que envolvem transmissão de dados são amplamente estudados por físicos e matemáticos estatísticos, o que se refere sempre à teoria da informação.

    A teoria da informação moderna surgiu diante do interesse de que não ocorressem perdas de informações durante o processo de transmissão de mensagens através de algo que denominados de ruído ou outros fatores externos.  Algumas ideias de que a transmissão de dados poderia ser bem embasada através da análise estatística remete a 2ª Guerra Mundial, as quais foram utilizadas para decifrar criptografia de máquinas, sendo assim a informação uma quantidade que podia ser medida e distinguida através de uma sequência de símbolos.

    Dessa maneira surgia um modelo extraordinário de comunicação, pois o seu precursor, Shannon, apresentou que o processo elementar da comunicação, o qual é caraterizado por reproduzir exatamente (ou até mesmo aproximadamente) em determinado ponto uma mensagem produzida em outro ponto, surgindo assim conceitos importantes como entropia (desordem) da informação e até mesmo do bit (unidade fundamental da informação).

    Agora podemos entender a criptografia, técnica que se destaca por proporcionar a ilegibilidade da mensagem enviada, a ponto de ser conhecida e entendida apenas pelo emissor e pelo receptor, pois possui a chave secreta.

    Os dados digitais os quais costumeiramente utilizamos são representados por bits e a criptografia utiliza de algoritmos que embaralhem os bits, permitindo assim autenticidade e proteção principalmente em transações financeiras e em redes de comunicação.

    Diante de alguns episódios envolvendo o Ministro da Justiça Interino, o Alexandre de Moraes, sobre possíveis atos de terrorismo praticados por brasileiros e, o mesmo mencionou que as investigações foram baseadas em conversas dos aplicativos Whatsapp e Telegram, observamos que os pronunciamentos do então Ministro confrontam a criptografia de ponta-a-ponta que tais aplicativos propõem.  

    Assim, compreendemos que a criptografia possui objetivos de garantir a autenticidade, confiabilidade e integridade de uma mensagem, a qual não poderá ser vista “pelo meio do caminho”. Uma outra coisa que a criptografia permite é identificação precisa do emissor da mensagem, portanto não adianta você enviar uma mensagem e dizer que não saiu do seu aparelho. Portanto, cada vez mais estudos referentes à criptografia quântica estão sendo realizados para assim melhorar a confiabilidade já existente na criptografia moderna, e esta poderá proporcionar a impossibilidade que alguém espione a comunicação sem ser detectado. 

     

    Desiane Gomes

     

    Licenciada em Física pela Universidade Federal de Campina Grande (2011), atuou como Professora substituta no curso de Licenciatura em Física do Centro de Educação e Saúde na Universidade Federal de Campina Grande (2013), mestre em Física da Matéria Condensada com ênfase em Física Não-Linear na Universidade Federal de Campina Grande (2015) e Doutoranda em Física na Universidade Federal do Rio Grande Norte.