Colunista Antônio Gomes



  • “OPERAÇÃO SAÍDA LIVRE” OU “PORTEIRA ABERTA”

    30/07/2016

    - Em tempos idos não muito distantes, quando a Secretaria de Defesa Social era de Segurança Pública, e havia efetivamente interesse em se manter a ordem pública e a segurança da sociedade, o Secretário de Segurança Pública e Comandante Geral da Polícia, eram Oficiais do Exército, a Polícia Militar, mesmo com um efetivo menor e quase se viaturas, dava maior segurança à população e o povo tinha confiança em seus policiais. Apesar de coesas, as atribuições de cada setor, não se confundiam. Haviam Policiais em todos os municípios e Distritos do Estado e na Capital, Postos Policiais, com efetivos suficientes, em Oitizeiro, Cruz das Armas, Jaguaribe, Torre, Tambaú, Roger, Ilha do Bispo e no Varadouro. Em todos os locais onde se passasse, encontravam-se policiais, fardados, sempre em dupla, fazendo o Policiamento Ostensivo. As viaturas de Rádio Patrulha, eram vistas nos locais onde se faziam necessárias a presença desses policiais, em auxilio as patrulhas e policiais à pé.

     

    - Depois, para melhor garantia da Segurança Pública, visando o combate a prática de assaltos (nova modalidade criminal surgida), e a migração de bandidos de outros Estados, criou-se os postos da Operação Manzuá, protegendo as entradas das cidades e dificultando a saída de bandidos que aqui cometessem delitos, visto que, não se saia da cidade sem que os veículos não fossem parados, revistados e seus passageiros e motoristas, devidamente identificados. Sem perdia alguns minutos nesta revista policial, mas, a população respirava “segurança”.

     

    - Tempo extinguiu-se a Secretaria de segurança Pública, criou-se a Secretaria de Estado de Defesa Social e fundiu-se os comandos das duas policiais, retirou-se a competência do Comandante Geral, que hoje não passa de simples subordinado do verdadeiro comandante-Geral das Polícias, no caso, o Secretário de Defesa Social.

     

    - Assim é que, esses dois setores, por seus respectivos chefes, com o apoio do chefe mor, no caso o Governador do Estado, resolveram acabar com a Operação Manzuá, sob a alegação de que os postos fixos, não surtiam efeitos e que a Operação Manzuá, passaria a ser móvel. E, com essa conversa, acabou-se a operação Manzuá, uma vez que, a móvel, nunca foi vista nas estradas.

     

    - Aumentou-se o número de viaturas e diminui-se o número de policiais e o Secretário da Defesa juntamente com o Comandante Geral da Polícia Militar, aboliu o termo “Segurança”, criando e tentando incutir no povo a chamada “Sensação de Segurança”, como se isso, resolvesse alguma coisa.

     

    - Reduziram os destacamentos policiais, pondo uma viatura para fazer o policiamento, como se viatura substituísse o homem. Resultado, nas cidades do interior, coloca-se dois policiais numa viatura e diz que isso é policiamento, que isso é segurança pública.

     

    - Não sabem eles, que quem prende e combate bandidos é o policial e não a viatura. Não adianta colocar um policial numa viatura, vez que, ele não terá condições de fazer nada em pró da população, exceto, gastar combustível e, quando muito, avisar a sua chegada e espantar os meliantes, com sirenes e giroflex ligados.

     

    - E agora, em face da ineficiência do aparelho policial, os bandidos, estão crescendo, se profissionalizando e dando a resposta a Polícia, fazendo, como aconteceu este fim de semana no Bessa, barreiras programadas, para que o povo não atrapalhe os assaltos e arrombamentos de bancos e lotéricas, numa verdadeira “Operação saída livre” ou seja, Porteira aberta, para que eles, possam, sem impercílio, realizarem suas “desonestas”, tarefas de assaltarem mais um banco.

     

    - Dir-se-á, que os policiais não agiram a contento, mas, mesmo tendo a viatura chegado nas proximidades, com o seu efetivo de no máximo, três policiais, nada poderiam fazer contra mais de uma dezena de bandidos bem armados e preparados para enfrentar as P. 40, dos Policiais Militares. Pediram reforço e este não chegou para auxiliar aquele pequeno grupo de policiais. E sabem onde se encontram o pessoal que deveria atender ao pedido, estão reforçando a Força Nacional de Segurança, no Rio de Janeiro, para onde, além dos policiais paraibanos que já a integravam, no dia 28 do mês findo, mandaram mais um efetivo de 111 homens, o que representa uma Companhia de Polícia, enquanto isso, há batalhões, repito, Batalhões de Polícia no Estado, que não tem essa efetivo. 

     

    Antônio Gomes de Oliveira – Juiz de Direito aposentado