Colunista Desiane Gomes



  • A ciência popular

    25/02/2016

    Em nosso cotidiano, quem possui desktop, smartphone ou notebook, de maneira bem prática, na barra de tarefas dos dispositivos, constam informações do clima e do tempo.  As previsões meteorológicas são obtidas via satélite e por super computadores. Não necessitamos mais aguardar os jornais para acompanharmos tais previsões.

    Diante dos novos aparatos, ensinamentos e estratégias da sabedoria popular foram ocultadas e deixamos de mencionar (de conhecer).

    O homem sempre foi um grande observador da natureza, e antes destes equipamentos, a necessidade de plantar e colher fez com que o mesmo aprendesse a decifrar os indícios da chegada da chuva.

    Este fato gerou a lembrança de um dito popular: "andorinha voando baixo é sinal de chuva". E será que o agricultor está correto? De antemão, com o aumento da umidade do ar, alguns insetos aproveitam a situação para acasalar e saem das suas tocas. As andorinhas os vêem e voam mais baixo para se alimentarem. Portanto, uma sabedoria popular confirmada pelos cientistas.

    A sabedoria popular é inerente a nossa espécie, uma vez que somos inventores natos. Esse tipo de ciência popular é baseada em conhecimento empírico, considerando sempre os seus ancestrais, as caraterísticas culturais e ideológicas que nos cercam.

     Não podemos nos desprender dela, nem dizermos que a mesma não possui validade, pois possui racionalidade e seguidamente observada pode demonstrar mérito e validade científica.

    Em grande escala, a comunidade intelectual atribui a este tipo de ciência o status de cometer infração diante dos métodos científicos. Não podemos ignorar o fato de que a ciência popular é tão antiga quanto a humanidade. E esta, por sua vez, poderá nos levar a grandes feitos experimentais. Devemos respeitar o senso comum, mesmo que este não seja utilizado no nosso método científico.

    Se não podemos incorporá-los as necessidades da coletividade, já dizia a minha avó: "quando não souber o que dizer não diga nada". A ciência popular merece respeito.

    Desiane Gomes

    Licenciada em Física pela Universidade Federal de Campina Grande (2011), atuou como Professora substituta no curso de Licenciatura em Física do Centro de Educação e Saúde na Universidade Federal de Campina Grande (2013), mestre em Física da Matéria Condensada com ênfase em Física Não-Linear na Universidade Federal de Campina Grande (2015) e Doutoranda em Física na Universidade Federal do Rio Grande Norte.