Colunista Diogo Fernandes



  • Swap cambial e alta do dólar

    01/12/2015

    Swap cambial é o principal instrumento utilizado pelo governo federal para tentar controlar a depreciação da moeda brasileira em relação a moeda norte-americana. O Banco Central emite papéis (venda via leilão) de compras da moeda estrangeira, e esses papéis funcionam como um seguro para proteger os compradores de uma forte alta do dólar, buscando desincentivar a procura pelo dólar e consequentemente impedir que a moeda suba.

    No entanto, a intervenção do Banco Central tem um custo altíssimo para o país, sob dois parâmetros principais. Com a o real apreciado em relação ao dólar, nossos produtos manufaturados e as próprias commodities se tornam caras e não competitivas no mercado externo. Além desse fator, incentiva a importação de produtos manufaturados para o país, visto que muitas vezes é mais barato importar do que produzir localmente. Temos como exemplo a inundação de produtos chineses no país (na verdade um fenômeno mundial). Os efeitos são sentidos principalmente no processo de fechamento de industriais locais e a diminuição desse setor no quadro de emprego.
     
    O segundo aspecto negativo é o aumenta a taxa básica de juros (Selic) como forma de aumentar a entrada de dólares na economia, causando a apreciação do real (ruim para à indústria) e, ao mesmo tempo aumentando os encargos sobre a dívida pública. O Banco Central emite novos papéis na modalidade swap cambial e compensa o comprador pela variação do dólar no período. O BC acumulou neste ano perdas de R$ 108 bilhões com o mecanismo até o início do mês de outubro.
     
    A venda de swaps não é benéfica para o país e não é sustentável pois gera perda de dinheiro. Nesse ano o custo dos juros do pagamento da dívida mais o custo da intervenção atingiram 8% do PIB, o que é um valor surpreendente alto.
     
    Para que a contas do país atingissem equilíbrio seria importante que a autoridade monetária não deixar o real se valorizar e o dólar permanecer na casa dos 4 reais, além de reduzir a taxa de juros. Pilares importantes para a retomada do crescimento econômico. Os primeiros resultados positivos apareceram com a desvalorização nas contas externas: um superávit nas contas comerciais, ou seja, nossas exportações maiores do que as importações. A desvalorização tende a ser favorável ao parque produtivo nacional, para estimular a produção interna, substituir os produtos importados por produtos nacionais propiciando a geração de empregos e impactos positivos no investimento das empresas.
      
    Diogo Fernandes
     
    Professor do Departamento de Educação da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Campus III, Bananeiras

     

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