Colunista Alex Xavier



  • VALENTINE’S DAY

    09/09/2015

     Hoje é dia de São Valentim! Diferentemente do Brasil, que se comemora em 12 de junho, na véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. 14 de fevereiro é o dia aqui em Portugal. Enquanto lá do outro lado do Atlântico, os meus pares vivem agora o Carnaval.

                Confesso que, mesmo sozinho, mas não solitário, fui invadido pelo Dia dos Namorados, cá desse lado. Porém, muito antes do hoje, quando cheguei em Braga, não exatamente no mesmo dia, mas um dia após, uma cena me chamou atenção: um homem saindo de uma floricultura, com um ramalhete de rosas vermelhas em seus braços. Bem vestido, olhos brilhando de alegria e amor. Aquelas rosas, com certeza, seria para sua amada ou seu amado. Quem haverá de saber? O dia dois, de alguma forma, já era o precursor do que presenciei há pouco nas ruas molhadas da cidade.

    Terminada a janta, fui ao supermercado comprar algumas coisas necessárias como água. Alguns casais passeando pelas ruas, em baixo de guarda-chuvas, sob uma chuva fina, tão delicada quanto eles, dizia alguma coisa. Sim, era a noite dos enamorados comemorarem os seus sentimentos de afeto, paixão e amor. Os cafés também estavam cheios de casais. Com um clima tão romântico, deu-me imensa vontade de fazer fotos com meu parco celular – telemóvel – como chamam aqui. No entanto, não poderia adentrar na intimidade dos casais, pois de alguma forma já me sentia profanar a cidade, maculando com meus passos, as ruas. O desejo de congelar aqueles momentos fugidios era intenso. E, não resistindo, ainda fiz três fotos, respeitando-os. Duas, que não têm nada a ver com o que escrevo, de uma parede pichada, mostrando que parece que, em todo e qualquer lugar do mundo, alguém está insatisfeito com o Estado de alguma forma. Uma outra de um café onde havia os casais. Ah, os casais!! Não me aproximei do recinto para que não captasse aquelas formas tão demasiado humanas. A luminosidade central basta para saber que ali também estava cheio de casais. 

    A vida poderia ser sempre assim: pessoas demonstrando sentimento de afeto, de gratidão. Porém, o dia de São Valentim é apenas um dia do ano. Não mais que isso. Além de ser Carnaval do outro lado, as origens de tal festa dos enamorados devem mesmo ser pagãs e não católicas. Na Roma Antiga, nesta mesma data, comemoravam a Lupercália, que era um festejo em homenagem à deusa do casamento, conhecida como Juno, a esposa de Júpter. A festa para os romanos também era uma homenagem à Pã, figura antropozoomorfa, que causaria disparate no dia de hoje, se andasse à solta. 

                Bem, já que todo dia não é o dia dos namorados, que seja preservado o amor acima de tudo: o amor entre pais e filhos, entre irmãos… Entre todos que habitam esse pedaço do Universo!! Amém!! 

    John Alex Xavier de Sousa

    Licenciatura e Bacharelado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN (1993), Especialização em História da Cultura pela UFRN (1996), Mestrado em Ciências Sociais pela UFRN (1999) e Doutorado em Educação pela UFPB. Atualmente, fazendo o Pós-Doutorado em Educação, na Universidade do Minho – UMinho (Braga-PT). Foi professor substituto na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Lecionou no Curso de História, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). Atualmente é professor do Departamento de Educação, da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Campus III, Bananeiras. Tem experiência nas áreas de História, Sociologia, Antropologia e Educação.

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