Associação Olímpica Mundial quer colocar chips nos atletas para acabar com doping

21/11/2017
Mike Miller, diretor executivo da WOA, diz que método é o mais eficiente
Mike Miller, diretor executivo da WOA, diz que método é o mais eficiente

Atletas olímpicos deveriam receber implantes de chips, similares aos usados pelos cães. Em meio a um extenso debate sobre maneiras de controlar o doping, o diretor executivo da World Olympians Association, (WOA) Mike Miller, acredita que essa é a maneira mais eficaz.

A proposta foi feita durante um debate sobre integridade e responsabilidade no esporte. De acordo com a imprensa britânica, o representante da organização olímpica reclamou que são precisos métodos mais “robustos” para controlar o uso de substâncias ilegais.

Por isso, ela considera uma boa ideia implantar sensores no corpo humano capazes de identificar em tempo real mudanças no organismo que ofereçam algumas vantagens ilegítimas nas competições: “Estamos dispostos a colocar chips em nossos cães e isso não parece afetá-los. Por que não podemos então colocar chips em nós mesmos?”, questionou. 

A próxima Olimpíada será em 2020, em Tóquio, Japão. Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a equipe de atletismo da Rússia foi banida por causa do doping, mas recorreu e conseguiu competir, mesmo que sob desconfiança.

Miller pensa em evitar que esse tipo de situação se repita. “Para acabar com o doping, precisamos colocar chips nos nossos atletas, se a tecnologia assim permitir”, acrescentou. Em resposta às críticas sobre a possível invasão da privacidade, Miller minimizou. Para ele, o esporte “é como um clube” e as pessoas não são obrigadas a fazer parte dele se não conseguem seguir suas regras. 

Uma das principais preocupações de Miller é que existe a possibilidade de os atletas “mascararem” o doping utilizando a tecnologia já existente. Com o uso do chip seria possível detectar se existe algo de anormal no organismo dos atletas “em todos os momentos”. Essa detecção seria instantânea e impossível de disfarçar.

Comparação com o nazismo

Obviamente que a sugestão gera polêmica, em especial por que atletas sempre são vistos como “modelos” pelos mais jovens.

Liz McIntyre, especialista em privacidade, aponta para a desvantagem dos chips com rádio frequência (RFID). Ela afirma que vivemos em um governo democrático agora, mas esse tipo de tecnologia pode ser usada para coletar dados por alguém mal-intencionado.

“A qualquer momento, esse alguém poderia usar esse poder contra nós”, alerta. Ela comparou o microchip humano moderno aos dias de Hitler, quando os judeus receberam cartões perfurados produzidos pela IBM

Estes cartões serviam como forma de controle e facilitaram o genocídio, permitindo que oficiais alemães identificassem facilmente os judeus, ciganos e homossexuais durante o Holocausto. Com informações de Christian Headlines. 

por Jarbas Aragão




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