Ele sozinho é suficiente

25/12/2017

O Natal levanta uma questão urgente: o Filho de Deus chegou até nós? 

No Antigo Testamento encontramos o tremendo livro do profeta Isaías. Uma joia da literatura. Isaías escreveu, 700 anos antes do nascimento de Jesus, que o Salvador nasceria de uma mulher sem que ela tivesse relações sexuais:

 

“Por isso o Senhor mesmo dará a vocês um sinal: a virgem ficará grávida, dará à luz um filho e o chamará Emanuel.” (Isaías 7.14)

 

Até 60 anos atrás, a cópia mais antiga do livro de Isaías que se conhecia datava por volta do ano 1000. Havia decorrido muito tempo entre o original e essa cópia. Chegou, então, o ano de 1947. Um beduíno encontrou rolos antigos guardados em potes de cerâmica, numa caverna junto ao mar Morto. Um desses rolos de Qumran é uma cópia completa do livro de Isaías – com 7 metros e 34 centímetros de comprimento. Foi escrito por volta do ano 150 a.C. Isso significa que este rolo é 1.000 anos mais velho do que os manuscritos conhecidos até então e provinha da época anterior a Jesus. A profecia sobre a virgem era genuína. O nascimento a partir de uma virgem constava no plano de salvação de Deus, anunciado com muita antecedência por meio do livro de Isaías.

 

Mesmo assim, Maria perguntou ao anjo como seria possível que ela concebesse um filho através de um amor puramente platônico. Sua resposta:

 

“O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Pois nada é impossível para Deus.” (Lucas 1.35,37)

 

A resposta não foi que ele viria à sua própria criação para se tornar homem! Deus veio até nós – por meio de uma virgem. Ele implantou nela o seu Espírito e veio para a natureza de nosso planeta. Ele tornou possível o que era impossível. Jesus é Deus Filho. Plenamente Deus e plenamente homem. Deus se tornou homem e viveu entre nós, no espaço e no tempo, de modo real.

 

Os autores da Bíblia não tinham interesse em um Jesus inventado ou místico. João, uma das testemunhas oculares, escreveu:

 

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam – isto proclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada. Proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” (1João 1.1-3)

 

Os autores do Novo Testamento falam de Jesus como sendo um personagem histórico: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam – isto proclamamos”. Não se trata de uma suposição fantasiosa. No entanto, apenas a fé sensata na historicidade de Jesus não é suficiente para que se possa experimentar sua força redentora. Sua pessoa e mensagem querem ser absorvidas com profundidade e proporcionar comoção pessoal e conversão. É verdade o que um poeta formulou: “Mesmo que Jesus tivesse nascido mil vezes em Belém mas em você não, você ainda continuaria perdido!”.

 

Agora, no entanto, não podemos mais apalpar Jesus ou ouvi-lo falar pessoalmente. Ainda assim, é possível chegar à sua presença, por meio dos relatos dos evangelhos, quando os lemos com fé. Eles são a ponte que leva às mesmas experiências que as testemunhas oculares de Jesus tiveram com ele. Podemos aproveitar do seu amor aos pecadores, o que de fato somos. Advento significa vinda. Permitimos que Jesus venha até nós? Juntamente com ele veio muito mais do que nós geralmente percebemos.

 

Quando João Batista estava na prisão, ele começou a se preocupar com isso. Ele ficou em dúvida se Jesus realmente era o Salvador prometido. Jesus mandou transmitir-lhe uma resposta. Esta estava baseada nas promessas contidas no livro de Isaías (cap. 29 e 35):

 

“Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas-novas são pregadas aos pobres.” (Mateus 11.4-5)

 

Posteriormente também se cumpriram as promessas sobre a morte vicária de Jesus:

 

“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças... Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele...” (Isaías 53.3-5)

 

Essa morte terrível foi absolutamente necessária. Então houve a sua ressurreição! Ela significa a eterna vitória sobre o inferno, o Diabo, o pecado da nossa rejeição a Deus e sobre a morte.

 

“Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados.” (1Coríntios 15.20, NTLH)

 

Jesus Cristo cura o que estiver fraturado. Ele vence o mal. Ele anula o poder da morte. Ele é a resposta diante das insuportáveis contradições da vida, para o sofrimento, a dificuldade e a morte. Ele concede libertação no âmbito da sua nova aliança, a qual selou com o seu sangue.

 

Seguir a Jesus significa: eu abandono meu orgulho, minhas ansiedades e defeitos no ponto mais extremo do mundo – junto à cruz. Eu me entrego totalmente, assumo o perdão e passo a andar através do mundo com mente renovada; beneficiado pela graça.

 

O Filho de Deus nos proporciona uma dignidade que ninguém jamais consegue nos roubar. Sua resposta nos transforma em “escolhidos”, em ekklesia, em igreja. É o chamado de Jesus que nos torna distintos, e não alguma capacidade especial que possamos ter. Não é pelo poder ou pelo dinheiro, nem pela beleza. O que, então, os cristãos têm de tão especial? É o fato de reconhecerem que, estando carentes, foram presenteados e podem dizer: “Sim, nos falta algo. Temos deficiências, temos o ego inflado, temos pecado contra Deus e não conseguimos melhorar para ter acesso ao céu. Necessitamos da ajuda de Deus. Senhor, concede-nos a tua graça!”. Todavia, os “fortes” zombam diante de uma confissão dessas. Mas esse é o preço que os cristãos, pela fé, pagam por sua conversão para a liberdade dos redimidos. Ao viverem em Cristo, eles não precisam mais vender sua alma por um momento de sucesso, nem para sua segurança, e muito menos para comprar a felicidade. O medo e as preocupações deixaram de ditar a última palavra.

 

Ele, que quebra as algemas, veio e ninguém poderá prender-nos com novas algemas. Ele nos livra das reivindicações dos outros que nos dominam. Ele dissolve amarras; nós podemos respirar aliviados. Somente ele é suficiente.

 

O alcance que pode ter o ato de soltar e de ser liberto foi demonstrado recentemente por um condomínio de jovens cristãos em Zurique. Em um concurso junto à rede de supermercados Migros, o grupo do condomínio WG ganhou um prêmio de 36 mil francos suíços, o que representa o equivalente ao aluguel e mais toda a alimentação diária por 1 ano. De imediato os moradores do WG pretendiam dividir o valor entre si – mas, planejando e orando, ao falarem com Jesus, mudaram de ideia. Eles declararam publicamente que esse dinheiro seria doado, ou melhor, investido para ajudar pessoas necessitadas. Essa é a maneira com que Deus age no mundo de hoje!

 

Os cristãos carregam o gostinho do céu em seu coração e mantêm o Senhor Jesus diante dos olhos. E, nesse sentido, Paulo escreve que somos transformados “gradativamente à sua imagem gloriosa, deixando-nos cada vez mais parecidos com ele”. Não se trata de um programa de autossalvação, mas é obra do “Senhor, que é o Espírito” (2Coríntios 3.18, NVT). Cristo permite que participemos do seu reinado. Os cristãos são chamados para um “sacerdócio real”, de adoração a Deus e “para anunciar as grandezas daquele que os [= nós] chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pedro 2.9).

 

Sacerdotes reais... Juntamente com Deus você vai ao encontro das pessoas. Você segue a Jesus ao se lançar nas discórdias e rupturas do mundo. E isto não para transformar a terra em céu, mas para levar o céu ao coração das pessoas e para difundir a esperança. Os cristãos são o sal que conserva, a luz que orienta, e eles convidam o próximo a acompanhá-los no caminho da reconciliação, da libertação que Cristo nos concede. — Rolf Höneisen (factum-magazin.ch) 

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