Julian Lemos diz que deputados do PSL são tratados como cachorros e ataca Estela e Ricardo

20/10/2019

Em uma entrevista bombástica concedida ao programa Bastidores, apresentado pelo Padre Albeni Galdino na TV Master, o deputado federal Julian Lemos falou sobre a crise que seu partido, o PSL, enfrenta e chegou a dizer que os deputados federais são tratados como cachorros. Ele também reconheceu que há diversas alas conflitantes no PSL, dentre as quais o “grupo familiar”. Em seu desabafo, o paraibano disse ter muito respeito ao presidente da República, mas estaria ficando triste com ele.

“O partido tem em sua essência maior a liderança do presidente Jair Bolsonaro, tem a presidência de Bivar e tem seus deputados. E todo partido tem suas tribos e o PSL tem muito mais. Tem os ‘olavistas’, os da ala militar, tem o pessoal mais moderado e eu sou mais moderado e tem a ala familiar do presidente, também. E a tropa é reflexo de seu comandante. Eu me sinto à cavaleiro para fazer comentários e eu estava como uma represa e eu tinha que explicar o que está acontecendo porque isso está caindo no nosso colo e a gente acaba sendo culpado pelo que não fez. Eu sou promoter da unidade do partido, defendo que Jair Bolsonaro não saia, que Bivar continue na presidência e que haja eleição para a liderança do partido. Eu acho que todo extremo é idiota. Eu sou conservador. A confusão começou com um comentário que o presidente fez que muitos defendem e estamos falando em uma fortuna em dinheiro do contribuinte em um partido, que não é ilegal, mas o presidente tem acesso a essas informações na hora que ele quiser. Mas, isso descambou para uma briga entre Bolsonaro e Bivar e parece uma briga entre pai e mãe e ficam querendo saber com quem a gente vai ficar. Depois da busca e apreensão na casa de Bivar, o delegado Waldir começou a fazer declarações mais fortes e eu não concordo. Eu não sei o que ele teria para implodir o presidente, mas há falta de diálogo por parte do presidente, sim. Eu carreguei a carroça. Será que eu não posso falar nada? Depois que fomos eleitos deputados federais a maioria é tratada como cachorros. A base é a namorada. Nós somos governo, somos esposas. O Centrão às vezes é base e tem um preço altíssimo. Eu não concordo com Eduardo [Bolsonaro] como líder. Eu posso fazer crítica e Eduardo Bolsonaro não consegue ligar as duas pontas. Tem que ter alguém que circule entre os dois lados. Eu fui chamado pelo General Ramos, fui consenso entre as duas alas, mas eu saí para conversar com meus colegas e fui tentar construir isso e eles queriam conversar com o presidente, mas isso não houve. Eu gosto muito de Jair, mas estou começando a ficar triste com ele”.

O apresentador perguntou se Julian estaria “queimado” e sem prestígio. “O que é prestígio? Nomear, ninguém nomeia nada. Eu tenho algumas nomeações, mas não posso falar porque tudo é uma confusão. Eu estive com o presidente duas vezes em 15 dias. Tem deputado que não o viu desde que foi eleito. Para marcar com Jair é mais fácil marcar com a Rainha Elizabeth”.

Julian ainda comentou uma suposta rusga com o também deputado federal Aguinaldo Ribeiro: “No Congresso, líderes têm que ter palavra. Não tenho briga com ele. Ele não tem prestígio no Palácio. Ele tem no Centrão e no parlamento porque representa 300 deputados que decidem a parada no Congresso. No Palácio do Planalto quem tem prestígio é a família do presidente. Você tem a consideração de ser recebido por um ministro e tal, mas não sou ‘chaveirinho’ do presidente. Os filhos do presidente cismaram comigo e para eles todo mundo é traidor”.

Na entrevista, o deputado federal confirmou que o radialista Nilvan Ferreira será o candidato do partido à prefeitura de João Pessoa e acrescentou que o PSL não teme enfrentar o ex-governador Ricardo Coutinho nas urnas. “Nilvan tem coragem e isso não é para todo mundo. Ele se comunica muito bem com as massas, tem vontade de ser prefeito e o apoio do partido”.

Lemos chamou de pilantras os advogados do presidente Jair Bolsonaro, Admar Gonzaga e Karina Cufa, que têm orientado Bolsonaro a deixar o PSL. “Eu não acredito que ele saia do partido. Quem diz isso são os advogados pilantras que andam com ele. Admar é pilantra e está levando o presidente a erro. Eu desafiei esse pilantra a provar em 24 horas que eu teria cometido qualquer irregularidade no partido e já passaram 72 horas e ele não provou nada. Ele não é mais ministro porque bateu na mulher”.

Ao ser questionado se a Operação Calvário chegaria no ex-governador Ricardo Coutinho, Julian foi incisivo: “Já chegou. Indiretamente. Já pegou inclusive uma deputada, ou deputado, muito próximo dele. Estelão. Eu posso falar. Qual o problema? A perseguição dela é a Justiça que está perseguindo ela. Esse povo se mantém no poder usando dinheiro da corrupção. Eu almocei com Moro e marquei uma pauta com ele. Vou levar isso ao conhecimento dele e perguntar o que ele pode fazer. Se ele disser que pode mandar investigar… mas, não estou fazendo isso por motivo pessoal”. Em outro ponto, o deputado federal afirmou que Ricardo Coutinho teria “destruído” reputações de jornalistas e “levado até a esposa do jornalista”.Julian Lemos diz que deputados do PSL são tratados como “cachorros” e ataca Estela e Ricardo.

ParlamentoPB




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