Mães que interromperam vida profissional enfrentam desafios

15/05/2017
Uma pesquisa aponta que pedidos de demissão entre mulheres de 35 anos são muito mais frequentes do que entre homens na mesma situação (Foto: Pixabay)
Uma pesquisa aponta que pedidos de demissão entre mulheres de 35 anos são muito mais frequentes do que entre homens na mesma situação (Foto: Pixabay)

A diferença entre os salários de homens e mulheres no Brasil também é resultado das interrupções frequentes na jornada das profissionais mais produtivas, segundo indica um estudo sobre trabalhadores com registro formal para investigar as razões do aumento da distância entre os homens e as mulheres no país. 

Os responsáveis pela pesquisa, os economistas Eduardo Fraga (Universidade Yale), Gustavo Gonzaga (PUC-Rio) e Rodrigo Soares (Universidade Columbia), explicam que a diferença na remuneração por hora começa em 15%, por volta dos 21 anos, e aumenta para 34%, aos 36.

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Os pesquisadores compararam trabalhadores com escolaridade, ocupação e tempo de serviço semelhantes para chegar a essa conclusão, usando o banco de dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

De acordo com os estudo, as pausas nas carreiras das mulheres mais produtivas -e mais bem remuneradas- são responsáveis por 32% do aumento da diferença salarial entre homens e mulheres.

Em entrevista a Folha de S. Paulo, a economista Cássia de Souza Brito, 39 anos, conta que ficou grávida depois de dois anos como coordenadora de marketing de uma empresa e, temendo ser demitida, se ofereceu para trabalhar de casa durante a licença-maternidade. "Tive meu filho na madrugada de sexta para sábado. Na segunda, já estava respondendo a e-mails e poucos dias depois participando de reuniões. Até viagem de um dia eu fiz nesse período."

Porém, quatro meses após o fim da licença, Cássia foi demitida e agora busca recolocação. "Adoro trabalhar, mas o ambiente corporativo é muito cruel com a mulher, e com a mãe principalmente", lamenta.

Uma pesquisa com nove grandes empresas aponta que pedidos de demissão entre mulheres de 35 anos, em posições de diretoria júnior, são muito mais frequentes do que entre homens na mesma situação.

A advogada tributária Carla Marchesini, 36, revela que decidiu deixar o emprego depois que o filho nasceu. "Achava que conseguiria seguir com os dois [o bebê e o trabalho]. Mas a realidade se impôs de outra forma", diz.

Carla também recorda que passou muito mal durante toda a gravidez e percebeu que, no trabalho, "não entendiam bem sua situação". A falta de incentivo à amamentação foi outra causa de desânimo.

Lídia Abdalla, 43, principal executiva do Laboratório Sabin, eleito pela GPTW a melhor empresa com mais de mil funcionários para a mulher trabalhar no Brasil, explica: "Muitas empresas ainda pensam que as mulheres serão menos produtivas depois da maternidade. Mas se elas estão felizes no trabalho e sentem valorizadas, ocorre o oposto disso", afirma.

 

A empresa onde ela trabalha tem 74% de participação feminina em cargos de gestão e oferece vantagens como alocação das profissionais com filhos na unidade mais próxima de casa. 

POR NOTÍCIAS AO MINUTO




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