Laudo indica automutilação em caso de jovem marcada com suástica no RS

25/10/2018
De acordo com a perícia, as lesões foram superficiais, contínuas, uniformes e sem profundidade em região do corpo facilmente acessível pela jovem
De acordo com a perícia, as lesões foram superficiais, contínuas, uniformes e sem profundidade em região do corpo facilmente acessível pela jovem

O IGP (Instituto Geral de Perícias) concluiu que as lesões na barriga da jovem de 19 anos que teve o corpo marcado por objeto cortante em Porto Alegre (RS), no dia 8 de outubro, foram feitas pela própria jovem ou com o consentimento dela. A Polícia Civil segue investigando o fato para comprovar a autoria, bem como para saber se a marca é uma suástica ou 1 símbolo budista.

De acordo com a perícia, as lesões foram superficiais, contínuas, uniformes e sem profundidade em região do corpo facilmente acessível pela jovem. O laudo aponta ainda que os traços podem ter sido provocados de forma contrária à vontade da garota, mas sem esboço de reação. Segundo o IGP, ela não apresentava hematomas ou marcas na face, mãos e braços, que são sinais característicos de quem reage a uma agressão. 

Segundo os peritos, não houve consentimento da jovem em prosseguir com o exame de corpo delito na busca de outras possíveis evidências, por isso os profissionais fizeram uma comparação entre as imagens feitas pelo IGP e as imagens recebidas pela polícia para esclarecer as dúvidas. Além disso, não foi possível confirmar o uso de substâncias tóxicas ou até mesmo asfixia que pudessem neutralizar reações da garota.

No mesmo dia do ocorrido, a jovem desistiu de apresentar uma ação contra os supostos agressores.

Os peritos ainda indicam que houve certo zelo e que os traços, que em 1 determinado momento são mencionados como “arranhões”, foram feitos de forma cuidadosa, ou seja, não condizentes com o ambiente descrito no depoimento, sugerindo que o agressor teve tempo ou teria muita habilidade.

“Pode-se concluir que as lesões tenham sido produzidas cautelosamente, de modo a não causarem dano às camadas profundas da derme, provocando alterações que são apenas superficiais. Não seria esperado produzirem-se lesões como estas, com as características das que foram evidenciadas neste exame de corpo de delito, por 1 agressor que agisse de forma tempestuosa e demasiadamente rápida, como se esperaria que fosse o caso em situações de agressões furtivas e em ambientes adversos”, diz trecho do laudo.

INVESTIGAÇÃO

A jovem, que tem o nome mantido em sigilo pelas autoridades até a conclusão do inquérito, contou à polícia que foi ofendida por 3 homens pelo fato de estar com adesivos que indicassem sua orientação sexual e sua preferência em quem votar nas eleições.

Ela alega que foi segurada por 2 deles, enquanto 1 terceiro fez a marca no corpo. No entanto, afirmou que não se lembrava de mais detalhes por ter entrado em pânico.

A 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre já analisou 8 imagens de câmeras de segurança e não detectou o fato nas imagens. A jovem já foi chamada para depor novamente, mas alegou ter passado mal e não compareceu. A polícia disse que ouvirá moradores ou trabalhadores da região.

As investigações ainda não têm prazo para serem concluídas. O delegado Paulo César Jardim, responsável pelo caso, disse que ainda pretende ouvir a vítima e a jornalista que divulgou o fato nas redes sociais.

PROPAGANDA DO PT

O caso teve grande repercussão nas redes sociais. O PT chegou a utilizar uma notícia em uma de suas propagandas do horário eleitoral na TV. 

Poder360




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