Judiciário faz discurso moralista, mas abocanha recursos dos mais pobres

30/08/2018

O Judiciário faz um discurso moralista, mas não tem vergonha de abocanhar recursos públicos num momento de grave crise fiscal e de empobrecimento do país. O STF pressionou e obteve do presidente Michel Temer a promessa de que o aumento de 16,38% para os salários dos 11 ministros da corte constará da proposta orçamentária de 2019.

Em troca, os ministros Dias Toffoli, futuro presidente do STF, e Luiz Fux, pai da liminar que criou a farra do auxílio-moradia, prometem acabar com esse penduricalho.

Na prática, foi feita uma troca. O STF se compromete a cortar o auxílio-moradia de R$ 4,4 mil pago de forma geral e irrestrita, mas ganhará um reajuste de R$ 5,5 mil. Obviamente, haverá efeito bilionário para as contas da União, Estados e municípios devido ao efeito cascata. Na largada, os salários da magistratura e do Ministério Público vão incorporar o privilégio aos seus ganhos que são altíssimos para o padrão brasileiro e mundial. 

 

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Além de Temer, os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) aceitaram o acordo proposto por Dias Toffoli e Luiz Fux em nome do STF e do lobby do Judiciário.

Esse é um exemplo de como a elite brasileira abocanha recursos que farão falta para políticas públicas voltadas para os mais pobres e para investimentos públicos.

Essa elite tira proveito de um governo fraco e de políticos acuados com investigações no STF e em outras instâncias da Justiça. Senadores e deputados tendem a aprovar essa troca de favores que explica a desigualdade social e a falta de recursos para os mais carentes. O próximo governo e a sociedade vão pagar essa conta.

Seria conveniente que os candidatos à Presidência se manifestassem a respeito desse grande acordo nacional envolvendo o Executivo, o Legislativo e o STF.

Blog do Kennedy 

 



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