Agentes penitenciários têm pior salário do país, diz sindicato

12/09/2018

 O Sindicato dos Servidores da Secretaria de Administração Penitenciára (Sindseap-PB) divulgou que a Paraíba paga o pior salário do Brasil aos agentes penitenciários. Nesta segunda-feira (10), grupos fortemente armados destruíram a portaria do presídio de segurança máxima em João Pessoa, o PB1, e liberaram mais de 100 detentos.

Conforme o presidente do Sindseap-PB, Manuel Leite, nos dois mandatos do governador Ricardo Coutinho (PSB), teriam ocorrido reajustes que não ultrapassam a casa dos 11,4%, quando a inflação acumulada de 2011 até 2018 já chega a 60%.

“O pior salário pago à categoria dos Agentes Penitenciários, no Brasil, é o da Paraíba, que já chegou à privilegiada posição de ocupar o 6º lugar no ranking nacional– isso, até o ano de 2011, quando Ricardo Coutinho assumiu o primeiro mandato de governador do Estado. A nível de Nordeste, e também naquele ano, o estado ocupava o 2º lugar”, disse Manuel Leite.

Ainda de acordo com o presidente do sindicato, o Estado concedeu o pro labore, o que corresponde à Bolsa Desempenho, destinada a servidores que estiverem no exercício da função. “Isso prejudica aposentados e pensionistas. Essa questão acarretou uma perda salarial com séria repercussão no poder aquisitivo da categoria, com registro da maior defasagem salarial dos últimos 40 anos”, disse Manuel Leite.

Leite afirma ainda que o Estado nunca teria cumprido as promessas de criar um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) para a categoria. “Quer-se dizer, com isso, que o governador do Estado investiu, em vão, na operacionalização do projeto, sem jamais ter encaminhado o mesmo, em períodos de admissibilidade legal, para a devida análise e apreciação da Assembléia Legislativa, onde se transformaria em lei”.

O representante da categoria finalizou afirmando que as reinvindicações estão suspensas por causa do período eleitoral e, segundo ele, a “causa está perdida”. “Ficando todos nós, os agentes penitenciários da Paraíba, portanto, a esperar por atitudes do próximo governador do Estado”.

Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (10), para falar sobre a fuga em massa no PB1, o Governo do Estado não respondeu sobre as questões salariais e informou que está proibido de tratar do assunto por causa do período eleitoral.

portalcorreio




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