Cruzeiro perde receitas de clubes sociais, sócios-torcedores e patrocinadores

26/04/2020

 Rebaixamento, cobranças na Fifa, dívidas de 2019. O ano do Cruzeiro, por si só, já seria financeiramente complicado. Com a pandemia do novo coronavírus, as contas do clube ficaram ainda mais difíceis de serem fechadas. É o que explica Saulo Fróes, presidente do conselho gestor.

Com o calendário do futebol brasileiro paralisado, o Cruzeiro – assim como todos os outros clubes – não tem mais nas mãos as receitas de bilheteria. Mas o prejuízo está longe de ser somente esse. Os clubes sociais de Belo Horizonte estão fechados, o que faz com que os ganhos da Raposa referentes a este segmento caíssem pela metade, segundo Saulo.

A queda em torno de 50% também atingiu as o programa de sócio-torcedor. Vale lembrar que a reformulação do programa foi vista pelo conselho gestor como uma das principais formas de gerar receita em meio ao processo de reconstrução. Saulo Fróes admite que essa queda de receita deixou o clube em uma situação difícil.

“Com referência às receitas, nós tivemos alguns problemas sérios, porque as receitas do clube campestre e da sede do Barro Preto, de associados, caíram na faixa de 50%, o sócio-torcedor também caiu mais ou menos nessa proporção” – Saulo Fróes.

– Isso é muito ruim, porque para nós essa receita é vital, porque o clube continua lá, e nós temos as despesas fixas. Elas não caem 50%. Caem, às vezes, entre 10 e 20%, no máximo 30%. Então, nós ainda temos esse problema. E a receita de sócio-torcedor caiu nessa proporção, o que nos levou a uma situação um pouco difícil – completou o dirigente.

Sem jogos e entrevistas coletivas, diminui, também, a exposição das marcas que patrocinam o clube. Além disso, o futebol não é um mundo à parte. A pandemia do novo coronavírus atinge a economia do país como um tudo.

Diante deste cenário, alguns patrocinadores pediram para prorrogar em 60 dias o prazo para pagamento ao Cruzeiro. Segundo Saulo, a situação atrapalhou o fluxo de caixa cruzeirense, o que fez com que houvesse atraso no pagamento dos salários de março ao elenco. A previsão da diretoria é de quitar os débitos até o quinto dia útil de maio.

– Também tivemos os patrocínios… Não perdemos nenhum patrocínio, mas eles pediram prorrogação de 60 dias, e isso prejudicou o nosso fluxo de caixa. Estamos tentando arrumar outras alternativas para suprir, por isso que acabou atrasando a folha de pagamento.

Mas nós já estamos bem adiantados com uma negociação administrativa e financeira para quitar isso. A pandemia prejudicou todos os clubes e, principalmente, o Cruzeiro, que já vinha com uma situação muito difícil, quase que vendendo o almoço para pagar o jantar.

“Aconteceu isso, mas temos certeza que vamos equilibrar e resolver isso o mais rápido possível. Boas notícias virão até o início de maio, eu tenho certeza” – Saulo Fróes.


Por: GE




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