Consumidores de rendas mais baixas passaram a comprar produtos de marcas de maior valor
Consumidores de rendas mais baixas passaram a comprar produtos de marcas de maior valor (Bain/Divulgação)
Tendências negativas chegam ao fim
Os dados indicam que o pior momento para a atividade ficou em abril e maio. Essa percepção também começa a crescer em meio à população a partir de junho, quando algumas tendências negativas começam a se dispersar. Uma delas é a melhora da confiança em relação ao consumo.
“As pessoa ainda estão gastando menos em relação ao período pré-crise, é claro, mas começou a haver uma estabilização”, diz.
Enquanto de abril a maio, várias categorias continuaram tendo quedas significativas na intenção de gasto, em junho todas ficaram praticamente estáveis.
Esse movimento pode ser notado, por exemplo, na redução do número de pessoas que gastaram menos com itens não essenciais de maio para junho, como roupas, artigos de beleza e games, por exemplo.
Outra tendência que pareceu ter acabado, segundo a Bain, foi a migração de pessoas para marcas de menor valor, de 47% das intenções em maio para 39% em junho. “Diria que é um sinal de otimismo. As pessoas estão começando a gastar mais e para marcas melhores”, diz.
Em junho também foi verificado um aumento no consumo de serviços, após recuo histórico do setor em abril e maio. Os gastos no setor subiram cerca de 5 a 10 pontos percentuais em quase todas categorias, como entretenimento (restaurantes, concertos, viagens), saúde e bem-estar e manutenção da casa ou do carro. Entre as casas de maior renda esse avanço foi de 10 a 20 pontos percentuais.
Vão continuar?
Outras tendências foram verificadas durante a pandemia, mas ainda não está claro se vão continuar com a mesma força, segundo a Bain. A alta do consumo dentro de casa e a preferência do consumidor por marcas locais e sustentáveis são algumas delas.
“Empresas locais foram capazes de construir propostas mais próximas do consumidor durante a pandemia. Tanto que companhias maiores estão redefinindo suas plataformas globais para acompanhar o movimento. Mas ainda não é claro se o interesse seguirá forte”
Outro é o comportamento, comum na querentena, de ida para regiões mais afastadas. “As pessoas ainda estão tentando decidir sobre isso. Será que a gente vai começa a ver centros um pouco menos urbanos e periferias maiores?”, questiona Eisner.