Polícia procura acusados de aplicar golpe em sócios e desviar quase R$ 4 milhões

18/01/2018
Todo o material foi entregue à DDF em outubro de 2017, sendo analisado pela equipe e culminando na instauração de inquérito policial (Foto: Walla Santos)
Todo o material foi entregue à DDF em outubro de 2017, sendo analisado pela equipe e culminando na instauração de inquérito policial (Foto: Walla Santos)

A Polícia Civil, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF), deflagrou na manhã desta quinta-feira (18) a “Operação Societas”, cumprindo três mandados de busca e apreensão nos bairros da Torre, José Américo e Geisel, em João Pessoa. Os investigados são acusados de dar um golpe em uma sociedade da qual faziam parte para a construção de empreendimentos comerciais. As fraudes são estimadas em quase R$ 4 milhões, segundo informações da polícia.

As vítimas, de nacionalidade norueguesa, relataram à polícia que firmaram uma sociedade com os empresários Ioannis de Luna e Georges Souza com o objetivo de construir vários imóveis e empreendimentos comerciais desde 2011. As vítimas também assinaram procurações públicas para que o empreendimento fosse administrado pelos empresários investigados. 

Acompanhe o Bananeiras Online também pelo twitterfacebookinstagram youtube

Os noruegueses passaram a acompanhar o empreendimento à distância através de e-mail, ligações telefônicas e whatsapp. O suspeito Ioannis ainda teria convencido as vítimas a assinarem diversos documentos, autorizando o depósito de valores nas contas pessoais do mesmo, justificando que isto seria necessário, para que os noruegueses não sofressem punições internacionais.

Depois que os primeiros empreendimentos foram concluídos, as vítimas passaram a questionar os investigados sobre a prestação de contas. Então, eles receberam documentos falsos e planilhas adulteradas que justificavam uma série de despesas inexistentes.

Foram construídos empreendimentos no bairro de Intermares, em Cabedelo no ano de 2011, e no Altiplano, em João Pessoa no ano de 2015. Os noruegueses vieram passar férias no Brasil em 2016 e buscaram um contato mais próximo com os investigados. Os suspeitos passaram a apresentar diversas justificativas infundadas para que o encontro não acontecesse e as vítimas passaram mais ainda a desconfiar das atitudes.

A vítima descobriu a existência de cinco procurações públicas adulteradas, que haviam sido utilizadas para desviar valores dos empreendimentos. Depois da confirmação das condutas criminosas, as vítimas procuraram um advogado brasileiro no início de 2017, começando a coletar documentos para apresentar à DDF.

A defesa das vítimas contratou diversos serviços particulares, em destaque uma auditoria fiscal e contábil, que confirmou a divergência na prestação de contas e o desvio de pelo menos R$ 3.394.000. Todo o material foi entregue à DDF em outubro de 2017, sendo analisado pela equipe e culminando na instauração de inquérito policial e na representação por algumas medidas cautelares.

Após o cumprimento dos mandados de busca, na manhã desta quinta-feira, a DDF comprovou que o suspeito Ioannis fugiu de seu endereço, situado no bairro do Geisel. A DDF conseguiu imagens do circuito interno, comprovando a fuga do mesmo às 6h40 desta quarta-feira (17). O suspeito Georges, conforme as diligências da DDF e informações apresentadas, foi também beneficiado por diversas transferências fraudulentas.

Nenhum dos suspeitos foi localizado durante o cumprimento das buscas e a polícia segue realizando diligências para tentar descobrir sua localização. O objetivo das diligências é responsabilizar os suspeitos e pedir o bloqueio de todos os bens encontrados, para que o prejuízo seja ressarcido às vítimas. A DDF ainda pede que informações sobre os fatos investigados sejam repassadas através do Disque-denúncia através do telefone 197.

 
Com ClickPB



Outras Not?cias