Colunista Jofre Garcia



  • UM HINO DE QUEM ENCONTRA DEUS

    19/03/2018

    O Salmo 16 de autoria de Davi é um cântico interior.

                É um mergulho profundo na alma e na existência de alguém que encontrou a Deus.

                Desse encontro surge um novo ser, um homem transformado, um homem renascido. Uma desconstrução foi operada em consciência de ser, e uma reconstrução foi firmada na plena compreensão de se estar com Deus e em Deus.

                O Salmo traduz em tons e cores textuais vibrantes a metamoforse que se dá dessa projeção de Deus em nós, quando o eterno revela-se em plenitude para com o ser finito, efêmero e limitado que somos nós.

                Encontrar Deus como consciência vital desvenda os nossos olhos-vida para o desapego dos bens temporais e terrenos, conquistas transitórias e fortunas passageiras. O que terá nessa vida valor comparável a Deus e a eternidade?

                Quem encontra Deus encontra o tesouro de valor imensurável do qual riqueza alguma desse mundo pode ser comparável.

                O Salmista encontrou esse tesouro, por isso que ele declara não possuir outro bem.

                Quando estamos em Deus percebemos, em fim, nossas reais e urgentes necessidades, uma vida de adoração ao Senhor! No qual não seremos abalados e na morte o nosso corpo repousará seguro, pois, teremos um corpo glorificado. Minha alma estará tranqüila por que  o Pai a acolherá em seus ternos braços.

                De nosso encontro com Deus, refaço e redefino minhas prioridades, não mais com a vista centrada na minha agenda diária, mas no propósito em meu caminho. Minha prioridade é Deus que re-configurou na paz as minhas fronteiras, e tem para mim uma herança na eternidade. Tão forte é essa visão-compreensão que o salmista define: “É mui linda a minha herança”.

                Minha herança é o céu!

                Minha riqueza é Deus!

                Meu patrimônio é a sua misericórdia.

                Meu prazer é a comunhão com santos (igreja) neste mundo.

                O salmo é encerrado de forma grandiosa. A visão do homem que encontra Deus não é mais a tacanha observação horizontal e terrena da vida, mas, agora, é uma visão do alto que lhe auxilia no caminhar, pois podemos, depois desse encontro reconstrutor, finalmente e claramente perceber que o Senhor nos faz ver os caminhos da vida. Estando em sua presença temos a plenitude de alegria e as verdadeiras delícias são perpétuas em sua destra.

                Em Cristo, pelo qual Deus nos encontra.

    Jofre Garcia Luna 

    Bacharel em Teologia Sistemática - FATEN (Faculdade Integrada de Teologia) 

    Pós-Graduação em Ciência da Religião - FATEN